domingo, 16 de agosto de 2015

Cap. 1 - Forever Young

- ÓTIMO DIA

-"Feliz aniversário, pestinha!"- Minha mãe  foi esvoaçante até minha cama, tão graciosa que me deixou com inveja.  Eu sabia que ela não tinha sido sempre daquele jeito, o que me fez  sentir um pouco melhor. Como eu era metade vampira e metade humana,  todos os meus traços humanos haviam sido herdados da minha anormalmente  desajeitada mãe. Eu não sou mais um bebê. E meu aniversário é só semana que vem, mas vamos fazer a festa hoje, poque é o na próxima semana começa as aulas novamente.

Por que ela ainda tem que me chamar de "pestinha"? Ela abriu minhas cortinas e o sol pesado brilhou diretamente nos meus  olhos. Eu gemi e rolei para longe da luz forte irritante, e da pele  cintilante da minha mãe.

-"Levante, dorminhoca- Ela cantou e os lençóis  desapareceram da minha cama."

-"Que é isso?! Se é meu aniversário eu posso dormir até tarde"- eu disse, fazendo biquinho.

-"Eu não consigo acreditar que você já tem 7 anos. Há sete anos atrás você entrava neste mundo!"

Eu gemi. -"Lá vamos nós de novo"- Eu  amava minha mãe profundamente, mas ela precisava dar esse discurso todo  ano? Era sempre a mesma coisa… eu entrei nesse mundo, e ao mesmo tempo  meu pai teve que transformar minha mãe para mantê-la viva. Ok, quando eu  conto a história parece um pesadelo, mas quando minha mãe, Bella,  conta, ela a faz soar como um conto de fadas. Eu odeio como eles contam a  partir do exato ano em que eu nasci, e não pela minha idade física. Eu  posso ter apenas 7 anos de idade, mas eu gosto de falar que hoje estou  fazendo 15. -"Onde está o papai?"- perguntei quando minha mãe estava terminando seu discurso.

-"Preparando o seu presente"- Minha mãe sorriu para mim e desapareceu no meu closet. Ela jogou de lá de dentro  um vestidinho de alcinha simples. Dado que minha família inteira decidiu ir a Ilha de Esme para comemorar o meu aniversário, TODO MUNDO, consegue imaginar todos os Cullen e três lobos nessa casa?! Esta noite vai ser a minha festa, mal posso esperar, eles nunca me deixam ficar sem festa.

-"Presente?"- Eu perguntei excitada. Afinal o presente era para ser a festa, não é?!

-"Vista-se e venha ver o que é"- Antes que ela pudesse me dar meu vestido, eu havia saído da cama e estava  correndo pelo corredor.

-"Pai!"- Eu gritei, minha voz ecoando no teto de catedral da sala de estar. O que você comprou pra mim? Onde você está?  Eu amava ser capaz de conversar com o meu pai através dos meus  pensamentos. Ele não me respondeu, então eu encontrei a sala de estar cheia, todo mundo estava lá, exceto meu pai, corri até meu quarto de brinquedos. Estava vazio. Marco! Eu ouvi a risada abafada do meu pai.

-"Polo!"- Ele gritou, e eu me virei em direção à voz dele.

Marco! Eu chamei de novo através dos meus pensamentos. Sua risada estava mais alta enquanto eu percorria o caminho até o quarto dos meus pais.

-"Polo!"- Ele gritou e eu abri a porta do  quarto deles com força. Aquele quarto também estava vazio, mas a porta  de vidro deles estava escancarada.

-"Esse jogo não é exatamente o mesmo quando você só escuta um dos lados."- Minha mãe riu enquanto caminhava atrás de mim.

-"Bem, eu teria sido capaz de encontrá-lo com muito mais facilidade se ele tivesse simplesmente me dito onde estava."

-"Assim foi mais divertido"- Edward, meu  pai, deu um sorriso zombeteiro enquanto caminhava para dentro do quarto. -"Feliz aniversário, querida"- Ele se ajoelhou e beijou minha testa. Eu escutei várias risadas vindo da sala, acho que estão me esperando, mas eu preciso ver meu presente antes!!

-"O que você comprou pra mim?"- Perguntei, quicando ao redor dos meus pais.

-"Está lá fora."- Minha mãe cobriu meus olhos e meu pai segurou minha mão. -"Desça".- Meu pai me disse quando  chegamos na porta deles. Eu desci para o que era o jardim do nosso  quintal. A pedra estava quente em contato com meus pés, mas eu não  liguei. -"Ok Bella."- Meu pai disse, e minha mãe tirou a mão dos meus  olhos. Levou um minuto até que eles se adaptassem ao sol forte.

-"NÃO PODE SER!"- Eu gritei quando vi o  quadriciclo motorizado pelo qual eu estava babando nos últimos 2 anos.  Nós tínhamos muito espaço ao redor de nossa nova casa em Seattle, e correr e andar na minha  bicicleta não era tão divertido quanto seria se eu tivesse um  quadriciclo. Meu pai não queria me comprar um porque achava que eu era  nova demais. Ele me diria “Absolutamente não!” E depois ele sairia  resmungando algo do tipo, “Você tem que ser exatamente como a sua mãe?”  Eu nunca entendi essa parte, mas que seja, eu tinha um agora!

-"É todo seu. Com algumas regras."- Claro que ele tinha regras. Que pai superprotetor não tinha regras? Eu tinha  certeza que ele havia feito a fábrica colocar airbags em algum lugar. -"Eu tentei, mas eles não fizeram."-  Ele respondeu a pergunta que eu não  tinha feito. Eu rolei os olhos. -"Regra número um, você não sairá  dirigindo sozinha. Nunca. Se eu descobrir que você saiu eu vou esmagá-lo  até que não sobre nada a não ser pó."

-"Então… o quê, vocês vão correr ao meu lado? Isso não tem graça."- Eu choraminguei.

-"Bella!"- Ele chamou, e eu percebi que  minha mãe não estava mais atrás de mim. Eu ouvi o ronco de um motor, e  ela veio dando a volta na casa voando num quadriciclo maior.

-"Eu posso lidar com essa regra."- Eu  sorri. Era em momentos como esse em que eu ficava  extremamente feliz pelos meus dois pais terem ficado congelados para sempre como adolescentes.

-"Regra número dois, você vai usar seu capacete e sua jaqueta o tempo todo."

-"Nem pensar! Aquela coisa é horrorosa, e o tempo é quente demais para uma jaqueta." Eu protestei. A coisa de ‘não dirigir sozinha’ eu podia tolerar, mas não os equipamentos enormes.

-"Então você não dirige. Eu não vou correr o risco de você cair e se machucar."- Meu pai pegou o capacete  preto e dourado e o enfiou na minha cabeça. Ele bateu no topo do  capacete e riu. -"Ela me lembra de você."

-"Ele disse para a minha mãe. Eu  tive que virar meu corpo inteiro para olhar para ela. Ela ainda estava  no seu quadriciclo e atirou a cabeça para trás rindo."

-"Sim, e eu odiava tudo isso tanto quanto ela odeia."- Ela lhe disse.

-"Ela teve um quadriciclo quando era  humana?"- Perguntei, quase em choque. Eu havia ouvido histórias do quão  desajeitada minha mãe era, e o pensamento de alguém lhe vendendo um  quadriciclo era um tanto cômico. Meu pai riu enquanto ouvia os meus pensamentos.

-"Não um quadriciclo. Ela saiu e arranjou 2 motos, e ela e eu as consertamos." - disse a voz que eu mais amava no mundo, doce, acolhedora, Jacob estava vindo do quarto.

-"Uma moto?"- Eu disse em meio a gargalhadas.

-"Sim, e porque eu não estava com o  equipamento de segurança na primeira vez eu perdi o controle da moto,  voei por cima do guidão, e terminei com pontos na cabeça."- Minha mãe  apontou a lateral da sua cabeça uma linha prateada quase invisível escondida entre os cabelos.

-"Você nunca me contou isso."- Meu pai soava chocado. me impressiona ele não saber disso, pensei que ele conhecesse cada parte do corpo da minha mãe, cuidadoso do jeito que é.

-"Você nunca perguntou."- Ela deu de ombros.

-"Ok, de volta ao presente agora. Eu vou usar o capacete, mas não quero usar a jaqueta."- Propus.

-"Vista a jaqueta nas primeiras vezes.  Então, dependendo de como você se sair, eu vou cogitar que você não  precise usá-la."- Claro que ele ia fazer isso.

-"Fechado!"- Eu disse estendendo a mão, e ele a apertou com sua mão gelada. -"Podemos ir dar um passeio?"

-"Você não quer se vestir apropriadamente antes? E eu  acho que tem um bando de gente esperando para lhe dar os parabéns."- Meu  pai disse, tirando o capacete da minha cabeça. Meu longo e ondulado  cabelo caiu ao meu redor. Antes ele era todo cheio de cachinhos, mas conforme eu cresci ele alisou um bocado. Meu cabelo era exatamente da mesma cor do cabelo do meu pai, mas eu acabei com o ondulado da minha  mãe.

-"Jakey!"- Eu me virei e a primeira pessoa que vi foi o Jakey. Meu Jakey. Ele era a melhor figura de irmão mais velho que eu  poderia pedir. Eu amava quando ele estava perto de mim. Ele fazia que eu  me sentisse feliz, completa, segura.

-"Ei, anãzinha! Feliz aniversário."- Ele disse me puxou para um abraço de urso. Enterrei minha cabeça em seu peito, inalando seu cheiro amadeirado.

-"Oi...Jake!"- Eu dei um beijo em sua bochecha. -"Obrigado."

-"Então, a Bella voltou a pilotar na terra. Legal. Eu mal posso esperar para ir e te levar para pilotar."- Jacob piscou para mim.

-"Sério?"- Perguntei.

-"Prometo".- Ele deu um aceno com a cabeça e então suspirou e me largou no chão. -"Suas tias querem dizer oi."

Tia Alice e tia Rosalie me abraçaram juntas -"Você parece tão velha! Pare de crescer."- Tia Rosalie disse.

-"Feliz aniversário, linda. Veja, ela  fica uma graça até mesmo de pijama. Eu tenho orgulho de dizer que você é  minha sobrinha".-  Tia Alice, claro que ela estava reparando no que eu  estava vestindo.

A vovó Esme me abraçou assim que minhas tias me soltaram, e depois o resto dos que estavam na sala. A vovó fez o almoço pra mim e pros lobos e a tarde iriamos brincar na praia enquanto o resto ficou arrumando a festa. Quando eu e Jacob estávamos terminando de almoçar meu pai chamou os lobos para ajudar.-"Jacob, Seth e Leah ajudem Bella a pegar as bebidas." - meu pai os chamou

-"Mas papai, eu não quero ir pra praia sozinha."- resmunguei.

-"Ah, ok, ...hm, hey Jake, você vai com Renesmee pra praia e o resto ajuda a arrumar." -O que?? Meu pai pediu ao Jake me levar a praia?? Ele nunca me deixou nem meio minutos sozinha com o Jacob e agora quer que ele me leva a praia?? Acho que ele só está sendo bonzinho por hoje ser meu aniverssário. -"você pode ir com o seu presente, mas terá que usar os equipamentos de segurança e terá que deixar o Jacob dirigir!! Ok?"

-"Quem?? Eu?? Ah, ok"- Jacob pareceu assustado com o comportamento do meu pai igual a mim.

-"Sim papai."- eu disse corredo pro meu quarto para trocar de roupa. Usei um biquini preto simples tomara-que-caia e peguei duas toalhas e uma bermuda a mais para o Jake. Então sai correndo e encontrei o Jake me esperando na porta da sala.

-"Vamos?"- ele perguntou olhando longamente todo meu corpo, escutei meu pai limpando a garganta então o Jake corou e foi buscar o quadriciculo. Estranho.

-"Claro, tchau família!!!"- Eu gritei e vários "tchaus foram ditos"
Quando sai de casa ele já me esperava, sem camisa, eu corei e fui me sentar perto dele. Ele deu espaço para que eu sentasse atras dele, e assim eu fiz, passando meu braços em volta de sua cintura.

-"Pronta?"-ele me perguntou.

-"Pronta!"- eu disse quase sem ar, pois antes de eu dizer o quadriciculo já estava se movendo. Eu gosto de estar com o Jake, meu pai tem muita implicância com ele, não sei porque, afinal com o Seth ele não é assim.
Fomos para bem longe da casa, onde a areia acaba e as lindas matas começam, as ondas lá são mais calmas e meu pai não pode ficar vigiando meus pensamentos. Assim que paramos, meu corpo sentiu uma necessidade de ficar ali, agarrada ao Jake. O que é isso? O que está acontecendo agora?

-"Ness...tudo bem?"-ele estava ficando preocupado.

-"Sim"- consegui me livrar, larguei minha bolsa no chão e fui me sentar a beira da água. -"Jake?"

-"O que foi?"- ele ainda estava preocupado.

-"Porque você e o papai não se dão bem?"- fui direta.

-"Hm...Porque seu pai não entende algumas coisas, mas esqueça isso, vamos, a água está ótima."

-"Ok"- eu podia jurar que ele murmurou algo como "imprint idiota", uma gíria talvez? Não lembro de ja ter ouvido essa palavra, mais tarde talvez eu pergunte sobre isso.

Ele correu até a água e se transformou em lobo, então eu corri até a agua e pulei nas suas costas.

-"Jakeey, tente me derrubar!!"- o desafiei chutando agua na direção da sua cara, e me arrependi, não deu um segundo e eu fui parar na água.

-"Jake, humano é mais divertido, por favor?"- mal pisquei e o Jake humano estava de volta.

-"Er..., eu acho que... minha... minha bermuda... eu perdi!"- ele disse corando.

-"Eu trouxe outra, caso você precisasse. Mas agora vamos brincar."

-"Não Ness, eu... preciso... da bermuda... entende?- droga, como fui besta, ele está nu, NU, eu senti meu rosto pegando fogo. Demorei uns segundos pra voltar a consciência.

-"Ah..., claro, só um minuto." -corri até a areia e peguei a bermuda extra e a joguei na água.-"Pegue!!"

-"Obrigada, venha agora!" -ele acenou depois de ter se vestido.

Eu voltei pra água e antes que eu pudesse pular em suas costas humanas outra coisa pulou em mim.

-"Hey, quem fez isso?"- perguntei desnorteada. E ouvi risadas sendo abafadas do meu lado.

-"Seth, você quase a matou do coração não faça isso!"

-"Ok cara, e desculpe" - ele disse rindo. Então eu pulei em suas costas e o "afoguei". Leah também estava aqui e me ajudou a afogar seu irmão. -"Parem, eu preciso respirar, sabia?"

-"Como vocês chegaram aqui sem eu perceber?"- perguntei incrédula.

-"Você estava ocupada demais com o calção do Jake, por isso não nos ouviu."- Leah zombou. Minhas bochechas queimaram de novo.

Nós brincamos até Leah dizer que já estava tarde, e que Alice queria começar a nos arrumar cedo. Dessa vez eu dirigi e Jacob passou seus braços em minha cintura. Um calafrio passou por mim, excitação. ELE É COMO SE FOSSE MEU IRMÃO MAIS VELHO, QUE NOJO !! Eu gritei mentalmente. Ao menos meu pai não poderia ler meus pensamentos aqui.
Acelerei o máximo que podia tentando ganhar dos lobos correndo, mas isso é impossível, o quadriciclo é rápido, mas não ganha de um lobo. Jacob apertou mais seus braços em mim, isso era um tanto confortável, podia me sentir a pessoa mais segura do mundo.

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